segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ter e Ser

A questão entre ter ou ser desencadeou discussões interessantes, especialmente da modernidade em diante. Antes da revolução científica dos modernos, era muito claro, ao menos filosoficamente, que ser importava muito mais do que ter, visto que a vida humana na Terra era considerada uma mera passagem sem importância, pois o que realmente importava era o além mundo, quer seja o Hiperurânio de Platão, quer seja o Paraíso dos cristãos medievais. Mas, na renascença, o problema começa a surgir, pois de transcendente a vida do homem, e tudo aquilo que lhe implica, passa a ter caráter imanente. O avanço das ciências naturais e a decadência da Igreja contribuem para o nascimento dessa nova visão de mundo. Mas não só isso. Para Gerd Bornheim, o que ele denomina de “projeto burguês” teve também a sua contribuição para esse fato, ao dar ênfase a certos aspectos que culminaram com o consumismo capitalista que vemos hoje. Para Bornheim o projeto burguês se caracteriza em 7 aspectos principais: A autonomia do sujeito; A valorização do trabalho; Defesa da propriedade privada; A formação do capitalismo, e o dinheiro promovido à fim em si mesmo; O conhecimento humano como uma forma de poder; A liberdade, ficando o homem como senhor de si mesmo; O contrato social, e a norma transformando-se em convenção social. Por essas características destacadas, podemos notar que todas elas servem para fundamentar e suportar a ascensão econômica burguesa, que precisava de homens não tão ligados com fatores espirituais, desprezadores do corpo e da matéria, para poderem vender seus produtos e fazer o capitalismo progredir. Nas palavras do autor: “Percebe-se que tudo é feito para alicerçar de maneira mais sólida possível a autonomia do homem burguês”. É aí, então, que soma-se ao cenário o ateísmo e o individualismo. A questão já toma corpo com o nominalismo, na Idade Média, especialmente com Guilherme de Ockham (1280/90-1349), onde “a perspectiva começa a inverter-se e passa ser possível afirmar que a existência precede a essência, pois o que conta agora é realmente o indivíduo concreto”. O indivíduo toma o lugar do divino, o imanente toma o lugar do transcendente. E temos então aquilo que chamamos de materialismo, a doutrina que acredita apenas na existência do que é físico, material, descartando qualquer coisa que tenha referências metafísicas. É claro que, na dicotomia ter e ser, estamos falando de um materialismo específico que, querendo ou não, nasce ou acentua-se à partir do projeto burguês citado por Bornheim. É o materialismo econômico, estudado por Karl Marx (1818-1883) e Max Weber (1864-1920), entre outros, onde a ênfase é dada às posses materiais, e não à qualquer outra coisa. O materialismo econômico vai encontrar grande campo para semear-se na América do Norte, especialmente após William James (1842-1910) teorizar a corrente pragmática, cujas maiores influências abateu-se exatamente sobre a economia. E com o desenvolvimento do próprio capitalismo selvagem, do neo-liberalismo e das ciências naturais, colocando o homem no centro de tudo, a contemporaneidade passa a ser terreno cada vez mais fértil para o enraizamento do materialismo econômico. Com essa postura econômica, consequentemente outro fenômeno acontece: "O pós-modernismo faz a opção pela contingência. E, com ela, opta pelo fragmentado, efêmero, volátil, fugaz, pelo acidental e pelo descentrado, pelo presente sem passado e sem futuro, pelos micropoderes, microdesejos, microtextos, pelos signos sem significação que se torna, assim, a definição e o modo da liberdade." (Marilena Chauí) Assim, vivemos numa sociedade materialista economicamente (com os outros tipos materialismos estando ligados, necessariamente, à este), onde tudo virou um produto descartável, onde o que vende mais hoje, amanhã já não tem nenhum valor; onde o ser deixa de ser importante, pois denota um centro, um norte, um ponto fixo, que não mais vigora em nosso pensamento. (Disponível em: www.filosofiadocaos.blogspot.com)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ter ou Ser? (Erich Fromm)

No sentido e com o objetivo em mente de abordar e ampliar temas humanísticos de caráter filosófico e holístico vou fazer um resumo de uma obra sobre dois conceitos tão fundamentais que estamos em permanente imersão com eles diariamente. Tais conceitos expressam-se tão simplesmente por TER e SER . O principal objetivo deste resumo é introduzir a análise de dois modos básicos de estar no mundo : o modo TER e o modo SER. "Somos uma sociedade de gente visivelmente infeliz: sós, ansiosos, deprimidos, destrutivos, dependentes – gente que se alegra quando matou o tempo que tão desesperadamente tentamos poupar. A nossa experiência social é a maior alguma vez feita no sentido de resolver a questão de se o prazer poderá ou não ser uma resposta satisfatória para o problema da existência humana. Pela primeira vez na História, a satisfação do prazer não constitui apenas o privilégio de uma minoria. Tornou-se acessível a mais de metade da população. Ser egoísta não se relaciona apenas com o meu comportamento mas com o meu caráter. Ou seja : que quero tudo para mim; que me dá prazer possuir e não partilhar; que devo tornar-me ávido, porque, se o meu objetivo é ter, eu sou tanto mais quanto mais tiver; que devo sentir todos os outros como meus adversários: os meus clientes a quem devo iludir, os meus concorrentes a quem devo destruir, os meus trabalhadores que pretendo explorar. Nunca poderei estar satisfeito, porque não existe fim para os meus desejos; devo sentir inveja daqueles que têm mais e receio daqueles que têm menos. Mas tenho de reprimir todos estes sentimentos para poder revelar-me (aos outros e a mim próprio) como o ser humano sorridente, racional, sincero e amável que toda a gente pretende ser. "A paixão pelo ter conduzirá a uma interminável luta de classes. Na sociedade medieval, como em muitas outras altamente desenvolvidas e também nas sociedades primitivas, o comportamento econômico era determinado pelos princípios éticos. O capitalismo do século XVIII foi sujeito a uma mudança radical: o comportamento econômico foi separado dos valores éticos e humanos. Com efeito, a máquina econômica devia ser uma entidade autônoma, independente das necessidades e desejos do Homem. Foi um sistema que decorreu naturalmente e de acordo com as suas próprias leis. O sofrimento dos trabalhadores, assim como a destruição de um número sempre crescente de pequenas empresas em nome do crescimento de corporações cada vez maiores, foi uma necessidade que, ainda que pudesse ser lamentada, havia que aceitar como o resultado de uma lei natural. " O desenvolvimento deste sistema econômico não era já determinado pela pergunta: O que é bom para o Homem? Mas por uma outra: O que é bom para o crescimento do sistema? Não é de considerar menos importante um outro fator: a relação das pessoas com a Natureza tornou-se profundamente hostil. Sendo, como somos, «fenômenos da Natureza», existindo dentro dela pelas próprias condições do nosso ser e transcendendo-a pela dádiva da razão, tentamos resolver o problema existencial desistindo da visão messiânica da harmonia entre a Natureza e a Humanidade, optando por conquistá-la, transformá-la, de acordo com os nossos interesses, até que essa conquista se tornou cada vez mais semelhante à destruição. O nosso espírito de conquista e a nossa hostilidade cegaram-nos para os fatos de que as fontes naturais têm os seus limites e podem eventualmente esgotar-se, e de que a Natureza pode voltar-se contra a violação humana. A Sociedade Industrial despreza a Natureza. Uma nova sociedade só é possível se ao longo do processo do seu desenvolvimento surgir um novo ser humano, ou, em termos mais simples, se uma mudança fundamental ocorrer na estrutura do caráter do Homem contemporâneo. Pela primeira vez na história a sobrevivência física da raça humana depende de uma alteração profunda do coração do Homem. Todavia, essa mudança terá de acompanhar a dimensão das alterações econômicas e sociais ocorridas, capazes de dar ao coração humano uma hipótese de mudar e coragem para o conseguir." Numa cultura em que o objetivo supremo é o TER e ter cada vez mais até parece uma função normal da vida que para viver necessitemos de ter coisas. "TER e SER são dois modos fundamentais de experiência , a energia específica de cada um determina as diferenças entre o caráter dos indivíduos e os vários tipos de caráter social. A grande diferença entre ser e ter é a que se estabelece entre uma sociedade centrada sobre as pessoas e uma sociedade centrada sobre as coisas. Imaginemos um indivíduo que procura a ajuda de um psicanalista e que começa assim o seu discurso: « Doutor, tenho um problema; tenho insônias e apesar de ter uma boa casa, uns filhos adoráveis e um bom casamento, tenho muitas preocupações.» O estilo do discurso mais recente indica o predominante grau de alienação. Ao afirmar «Eu tenho um problema» em vez de « Estou preocupado» a experiência subjetiva é eliminada: o eu ligado à experiência passa a ligar-se à posse. Transformei o meu sentimento em qualquer coisa que possuo: o problema. Mas «problema» é um termo abstrato para todos os tipos de dificuldades. Eu não posso ter um problema porque ele não é uma coisa que eu possua; todavia, ele pode possuir-me. Ou seja, eu transformei-me num «problema» e estou agora à mercê daquilo que criei. Este tipo de linguagem denuncia uma alienação inconsciente." " Um exemplo simples do modo de existência ser ou estar é referir uma outra manifestação do estar – a da incorporação. Incorporar uma coisa, por exemplo, comendo-a ou bebendo-a, é uma forma arcaica de possuir. Até certo ponto, durante a seu desenvolvimento, todas as crianças têm tendência a levar à boca aquilo que desejam. Esta é a forma infantil de tomar posse, quando o desenvolvimento físico não lhes permite ter outras formas de controlar os seus haveres. Consumir é uma forma de ter e talvez a mais importante de todas na atual sociedade industrial da abundância. Consumir tem características ambíguas: liberta a ansiedade, dado que aquilo que se tem não nos pode ser retirado; mas ao mesmo tempo exige que se consuma cada vez mais, porque tudo o que se consumiu depressa perde o seu caráter satisfatório. Os modernos consumidores podem identificar-se pela seguinte fórmula: Eu sou igual ao que tenho e ao que consumo." " O principal motivo pelo qual raramente vemos sinais do modo ser de existência, resulta do fato de vivermos numa sociedade voltada para a aquisição de bens e obtenção de lucros. Os estudantes que se incluem no modo ter de existência, ouvem uma lição, escutando as palavras e entendendo a sua estrutura lógica e o seu significado. Mas o conteúdo não passou a fazer parte do seu sistema individual de pensamento, enriquecendo-o e ampliando-o. A memória confiada ao papel é outra forma de alienar a lembrança. O escrever tudo aquilo de que queremos lembrar-nos dá-nos a certeza de ter essa informação e não tentamos gravá-la no cérebro. Estamos seguros da nossa posse; só que, quando acontece perdermos as nossas notas, perdemos igualmente a nossa memória de informações. A capacidade de lembrar abandonou-nos, quando o nosso banco de memórias se tornou uma parte exterior a nós, sob a forma de apontamentos. Se considerarmos a multidão de informações que na sociedade contemporânea é necessário reter, teremos de considerar que uma certa dose de apontamentos e referências depositadas em livros é inevitável. Curiosamente alguns indivíduos analfabetos, ou que escrevem pouco, têm memórias, de longe, superiores, aos habitantes instruídos dos países industrializados. Entre outros fatos, isto sugere-nos que a instrução não constitui de forma alguma a tão alardeada benção, principalmente quando é utilizada na leitura de matérias que empobrecem a capacidade de experimentar e de imaginar." "Durante um diálogo enquanto as pessoas do ter confiam no que possuem , as do ser confiam no que são , de que estão vivas e de que algo de novo irá nascer, se tiverem coragem de se soltar e responder. Tornam-se totalmente vivos durante a conversa, porque não são sufocados pela preocupação ansiosa daquilo que têm. A sua vivacidade é contagiosa e muitas vezes ajuda a outra pessoa a ultrapassar o seu egocentrismo. O que é verdade para o diálogo é igualmente verdade para a leitura, que é – ou deveria ser – uma conversa entre o autor e o leitor. É claro que na leitura (do mesmo modo que na conversa) é importante quem estamos a ler (ou com quem estamos a falar). Outra diferença entre os modos de ter e ser encontra-se na forma como é exercida a autoridade. Antes de entendermos a autoridade nos dois modos, há que reconhecer que «autoridade» é um termo com dois sentidos totalmente diferentes: tanto pode ser «racional», como «irracional». A autoridade «racional» baseia-se na competência e ajuda a pessoa , que com ela aprende, a crescer. A autoridade «irracional» assenta no poder e serve para explorar o indivíduo que a ela está sujeito. A autoridade segundo o modo ser, assenta, não apenas na competência que o indivíduo possui para executar determinadas tarefas, mas em igual medida, na própria essência de uma personalidade que atingiu um elevado grau de evolução e integração. Tais seres irradiam autoridade e não necessitam de dar ordens, ameaçar ou subornar. São indivíduos altamente desenvolvidos que demonstram, através do que são- e não pelo que dizem ou fazem – tudo o que os seres humanos podem vir a ser." Ter conhecimento e saber "A diferença entre os modos de ter e ser na área do conhecimento é formulada em duas expressões: «eu tenho conhecimento» e « eu sei».Ter conhecimento é tomar posse e manter o conhecimento disponível (informação); Saber é fundamental e serve apenas como um meio durante o processo de pensamento criativo. O Amor O amor tem igualmente dois significados, que dependem de nos referirmos ao modo ter ou ser. Pode ter-se amor? Para que tal fosse possível, ele teria de ser uma coisa, uma substância passível de ser possuída. A verdade é que não existe essa coisa chamada «amor». «Amor» é uma abstração, talvez uma deusa ou um ser de natureza diferente, embora nunca ninguém o tenha visto. Na verdade existe apenas o ato de amor. Amar é uma atividade criadora. Supõe preocupação com o outro, conhecimento, resposta, afirmação, gosto pela pessoa, a árvore, o quadro ou a idéia que se ama. Implica trazer à vida, aumentar a alegria, dele ou dela. É um processo de auto-renovação e auto-crescimento." " As normas pelas quais a sociedade se rege, moldam também os traços de caráter social dos seus membros. Numa sociedade industrial eles são: o desejo de adquirir propriedades, de as manter e de as aumentar, ou seja, de extrair delas o lucro, e os proprietários são admirados e invejados como seres superiores. Mas a grande maioria das pessoas não tem qualquer propriedade no sentido de capital e de bens capitais e uma questão intrigante se coloca: como podem tais pessoas satisfazer ou mesmo enfrentar a sua ânsia de aquisição e posse de propriedade, ou como se podem sentir possuidores quando não têm absolutamente nada que lhes permita, neste contexto, referenciarem-se. É claro que a resposta óbvia é que mesmo os indivíduos pobres em propriedades possuem qualquer coisa, e prendem-se às suas pequenas posses do mesmo modo que os donos do capital se prendem às suas. E tal como eles, os pobres vivem obcecados pelo desejo de preservar o que têm e de o ver aumentado, ainda que uma quantia ínfima (poupando um escudo aqui , um escudo ali). Talvez a maior satisfação não resida tanto na posse de bens materiais quanto na de seres vivos. Numa sociedade patriarcal, até o mais pobre dos homens da classe mais miserável pode ser proprietário, no seu relacionamento com a mulher, os filhos, os animais, em relação aos quais se sente dono absoluto. Quer o objeto que se adquire seja um automóvel, um vestido ou um acessório, após algum tempo de uso, as pessoas cansam-se dele e é mais atraente desfazer-se do «antigo» e comprar o «último modelo». Aquisição posse e uso transitório deitar fora (ou, se possível, troca vantajosa por um modelo melhor) nova aquisição, constituem o ciclo vicioso da compra consumista, e o lema de hoje, poderia ser:«O novo é belo». Talvez o exemplo mais gritante do fenômeno do consumismo seja o automóvel privado. O nosso tempo merece ser apelidado de «Idade do Automóvel», pois toda a sua economia tem sido construída à volta da sua produção, e toda a nossa vida é, em grande parte, determinada pela subida e descida do mercado de consumo automóvel. O sentimento de propriedade manifesta-se, igualmente, noutros tipos de relação, por exemplo, para os médicos, dentistas, advogados, patrões, trabalhadores. As pessoas no seu discurso referem-se a eles como «o meu médico», «o meu dentista», «os meus empregados», etc., mas para além da sua atitude de posse em relação aos outros seres humanos, experimentam, igualmente, esta atitude com um número infindável de objetos. Vejamos, por exemplo, a saúde e a doença. Cada um fala da sua saúde com um absoluto sentimento de propriedade, referindo-se às suas doenças, às suas operações, aos seus tratamentos, aos seus medicamentos, às suas dietas. Consideram claramente a saúde e a doença como propriedades. Ainda que me pareça ter tudo, eu não tenho – na realidade – nada, dado que as minhas posses e o meu controlo sobre um objeto não passam de um momento transitório durante o processo de viver. Em resumo, a frequência e intensidade do desejo de partilhar, dar e sacrificar não devem surpreender-nos se levarmos em conta as condições de existência da espécie humana. O que é surpreendente é o fato de esta necessidade ter podido ser reprimida ao ponto de fazer dos atos de egoísmo a regra, nas sociedades industriais e de fatos de solidariedade a exceção. Mas, paradoxalmente, este mesmo fenômeno é causado pela necessidade de união. Uma sociedade cujos princípios são a aquisição, o lucro e a propriedade, produz um caráter social orientado para o ter e, uma vez estabelecido o padrão dominante, ninguém quer um marginal ou um proscrito; a fim de evitar este risco, todos se adaptam à maioria, que tem apenas em comum o antagonismo mútuo. Como consequência desta atitude preponderante de egoísmo, os dirigentes da nossa sociedade acreditam que as pessoas podem ser motivadas apenas pelo incentivo de vantagens materiais, ou seja, através de recompensas e que não reagirão aos apelos da solidariedade e do sacrifício. Portanto, com exceções dos tempos de guerra, estes apelos raramente são feitos, e as hipóteses de observar os possíveis resultados perdem-se por completo. Apenas uma estrutura sócio-econômica e um quadro da natureza humana radicalmente diferentes poderiam mostrar outra maneira de influenciar positivamente as pessoas. (Disponível em: www.dhnet.org.br Acesso em 26/02/2012)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Carnaval...

Feriadão de carnaval chegando... Aproveitem da melhor maneira possível, lembrando-se sempre que em qualquer ambiente em que estivermos devemos levar o bem e a paz. Bom carnaval! Prof. Rafael Bueno da Silva

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Marconi tenta vencer professores fazendo ameaças!

IMPORTANTE Jurídico do Sintego rebate afirmações sobre corte de ponto e reposição Data: 11/02/2012 Incapaz de apresentar uma solução para o impasse criado com o fim da gratificação de titularidade e com o achatamento de carreira dos professores e administrativos, o secretário estadual de Educação, Thiago Peixoto, tem reforçado a política de ameaças e terrorismo contra educadores que lutam para terem seus direitos de volta. Ontem à tarde, o governo divulgou um parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE) “determinando” que haja corte de ponto e que as reposições das aulas perdidas sejam feitas em julho. O departamento jurídico analisou o ofício e contestou as informações. Em relação ao corte de ponto, o Sintego informa que a decisão da Justiça que decretou ilegal a greve é liminar, ou seja, não é definitiva e desde o dia 6 é alvo de recurso por parte do sindicato. Como o secretário mentiu à Justiça sob as alegações da greve para conseguir que ela fosse declarada ilegal, o Sintego acredita que o recurso terá sucesso em reverter a decisão do juiz que analisou o pedido da Seduc. É importante ressaltar que a greve está acontecendo por culpa do governo estadual, que se nega a dialogar com os educadores e aprovou projetos que desvalorizaram profissionalmente e financeiramente a carreira tanto do professor como do administrativo. A ilegalidade está sob júdice. Significa que ainda não há uma decisão final sobre isso. O Sintego está recorrendo da liminar e a direção do sindicato tem a certeza de que sairá vitoriosa na Justiça. Além disso, o Sintego e os educadores sempre tiveram o compromisso com os estudantes de repor as aulas paradas, mas isso é algo que se planeja no fim da greve, mesmo porque não sabemos a duração dela. “Depende do governo abrir o canal de diálogo e apresentar uma solução definitiva para nossas reivindicações”, disse Iêda Leal, presidente do Sintego. “O Sintego sempre buscou o diálogo, mas o governador Marconi Perillo e o secretário Thiago Peixoto (Educação) sempre fecharam as portas, principalmente quando forçaram a aprovação rápida na Assembleia do projeto que rasgou o plano de carreira do professor”, disse a presidente do Sintego. Em relação à reposição das aulas em julho, conforme consta no ofício do PGE, o departamento jurídico do Sintego informa que a Seduc não pode fazer essa determinação por se tratar do mês de férias dos professores. O ano letivo não segue a mesma lógica do ano cívico. A divulgação do ofício da PGE serve mais para reforçar a política de perseguição e terrorismo imposta pela Seduc. “Se o governo quer acabar com a greve logo, o melhor caminho é dialogar e negociar nossas reivindicações. Ameaças e retaliação é coisa de ditadura, de autoritarismo, de autoridades que não se importam com o cidadão”, disse Iêda. Na próxima segunda-feira, dia 13, o Sintego organiza uma grande manifestação em frente à Subsecretaria de Educação da Região Metropolitana, em Goiânia, com concentração no Lago das Rosas, próximo ao Teatro Inacabado. De lá, o grupo parte em direção à subsecretaria para protestar contra as ameaças e as mentiras espalhadas pelo governo por meio dos subsecretários e assessores para intimidar os educadores. A manifestação ocorrerá em todas as subsecretarias do Estado. No interior, as regionais do Sintego serão responsáveis pela organização destes protestos.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ponto de vista: GREVE

   A greve da Rede Estadual de Educação já completa uma semana, e até o presente momento o governador do Estado de Goiás não se preocupou muito com o número significante de escolas que estão paradas a espera de uma resposta que não vem. O que fizeram com nossa titularidade governador? 
   Os professores já viviam um conflito imenso pela falta de incentivo por parte do governo para que buscássemos o crescimento e aperfeiçoamento através de um investimento em nosso curriculum, e agora a surpresa: uma redução absurda de incentivo a mestres e doutores. O que nos motiva a querer buscar um mestrado e doutorado hoje na Rede Goiana de Educação? Resta-nos esperar que algo seja feito em nosso favor! Queremos nossa titularidade de volta! Essa tal de incorporação deixa para os "espíritos do mal" fazerem bem longe de nós!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Greve da educação em Goiás


Na última segunda-feira (06), centenas de professores da rede estadual de Educação em Goiás decidiram  cruzar os braços por condições adequadas de trabalho, a realização de concurso público, entre outros pontos.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação em Goiás (Sintego),  a paralisação atingiu 70% das escolas na capital e 80%, no interior. "A mobilização terá continuidade e a expectativa é de que nos próximos dias estes números sejam maiores", declarou a entidade em nota.

Na manhã da última segunda-feira, a direção do Sintego se reuniu com o secretário estadual de Educação, Thiago Peixoto, que não apresentou nenhuma proposta para as reivindicações da categoria. No fim do encontro, o sindicato solicitou uma audiência com o governador Marconi Perillo, para que o impasse criado pelo próprio governo seja solucionado.
No final da tarde, o Sintego recorreu na Justiça contra decisão do juiz plantonista que decretou liminarmente a ilegalidade da greve. “Esperamos que a Justiça seja tão rápida como foi para decretar a liminar e acreditamos na vitória. A greve é justa e nossas reivindicações são legítimas. O governo apresentou projetos que destruíram a carreira dos educadores e se recusou a dialogar com a categoria”, disse Pedro Soares, secretário de Assuntos Jurídicos do Sintego.
Fonte: Sintego

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Informações trabalho de artes e filosofia - Mitos (CNSA)

Critérios a serem avaliados:

  • Organização do grupo
  • Atuação individual
  • Figurino
  • Texto
  • Coerência com o mito selecionado
  • Cenário 
As apresentações serão feitas nas datas já determinadas em sala de aula. A nota do trabalho é individual. O valor do trabalho é 100 e a nota será atribuída às disciplinas de artes e filosofia visto que o trabalho interdisciplinar.
Empenhem-se na realização do trabalho!
Bom êxito!
Grande abraço a todos! 
Prof. Rafael

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Apoio à educação!



Já passava da hora de sairmos dessa paralisia! O governo do Estado de Goiás nas pessoas dos "ilustríssimos" e "intocáveis" Marconi Perillo e Thiago Peixoto tem feito tudo para afundar de vez a carreira do professor! Um dos maiores absurdos foi o atual plano de carreira elaborado por ambos. Professores que até então com mestrado e com doutorado recebiam respectivamente 40% e 50% de titularidade passaram a partir do mês de janeiro de 2012 a receber 10% e 20% . Além do mais outras titularidades já conquistadas em tempos anteriores foram embutidas no salário e o sr. Thiago Peixoto teve a cara de pau em aparecer na TV e dizer que  deu um significativo aumento aos professores! Quanta hipocrisia! Um cara que não sabe nada de educação ser Secretário Estadual da educação! A carreira de professor cada dia que passa está sendo mais achatada em Goiás. Só chegam imposições lá de cima, pelas mãos de quem não sabe nada de educação. Quem sabe de fato o que precisa ser feito somos nós professores, são os alunos que estão frente a frente com a condição precária de trabalho que temos enfrentado. Quem está em sala de aula ministrando uma aula é que sabe o que é educação! Escute-nos! Ouça-nos! 
Respeito é o que queremos! Nada mais!

Artigo: O capitalismo e o Advento de uma sociedade de consumo


O capitalismo e o Advento de uma sociedade de consumo

Disponível em: www.colégiomaededeus.com.br/Acesso em: 25/01/2012

Camila Fernandes - Colégio Mãe de Deus – T. 301

Resumo: A condição da redução do cidadão em consumidor, e a criação de tal cultura global, deram-se através do ciclo vicioso produtivo gerado pelo surgimento do capitalismo. Tal sistema, para existir, necessita de um mercado que o mantenha e o renove. Logo, a sociedade capitalista em surgimento criou o mito do consumo como sinônimo de bem-estar e meta prioritária do processo civilizatório, obtendo os alicerces necessários para a sustentação de todo o sistema e criando as bases para a formação de uma sociedade baseada no consumo.

Palavras-chave: capitalismo – sociedade de consumo – ciclo vicioso – cidadão consumidor

Introdução

O capitalismo é um sistema econômico caracterizado pela acumulação de recursos financeiros e materiais. Seu inicio deu-se na Europa com a transferência do centro da vida econômica social e política dos feudos para a cidade. Logo ocorreu um processo de monetarização. Onde antigamente as relações de compra e venda era baseada na necessidade dos indivíduos, começou a existir uma prática comercial baseada no valor de troca ao invés do seu valor de uso, estimulando uma economia que, gradativamente, começou a ser baseada em valores numéricos relativos a mercadorias.
Esta prática levou ao surgimento de uma sociedade capitalista baseada no consumo. Contudo, para que isto acontecesse foi necessária a criação de uma cultura presente em cada pessoa e na comunidade internacional como um todo. Deste modo, o sistema capitalista utilizou-se de vários artifícios que culminaram em nosso atual modelo econômico e estilo de organização social.
Assim sendo, esses itens foram imprescindíveis para a nossa formação atual. Por isso, pretendo analisar essas primeiras fases compostas por esses elementos do capitalismo em ascensão que, ao longo do tempo, levaram ao surgimento de um caráter consumista em todos os componentes da sociedade contemporânea. V. 1 Nº 1, Setembro, 2010.
                                                                                                                       
O surgimento do cidadão consumidor

A sociedade baseada no  consumo em grande escala não surgiu de repente. O seu
surgimento foi um longo e demorado processo e deu-se devido uma sucessão de fatos que, ao se acumularem, propiciaram seu surgimento ao longo da história. O termo sociedade de consumo é usado para designar uma sociedade que se encontra numa avançada etapa de desenvolvimento industrial capitalista e que se caracteriza pelo consumo massivo de bens e serviços, disponíveis graças a elevada produção dos mesmos. Esse surgimento deu-se com o surgimento do capitalismo.
A acumulação primitiva de capital retirou a propriedade privada dos camponeses e colocou nas mãos da burguesia em ascensão. Esses camponeses transformaram-se em
trabalhadores assalariados e disponíveis a uma burguesia, que com o fim do absolutismo
detinha o controle dos meios de produção. O contexto da revolução industrial, por volta de 1760, e a passagem do capitalismo comercial para o industrial deram início ao processo de agilização da produção e fizeram com que fosse possível, em 1914, o surgimento da primeira linha de montagem automatizada e a produção em grande escala.
O aparecimento do capitalismo fez com que surgisse uma peça fundamental em sua existência, o cidadão consumidor. “A natureza própria do capitalismo exige, para sua sobrevivência, acumulação e investimentos crescentes.” (COSTA LIMA, 98) Necessitando de tais aspectos, os capitalistas estimulam o processo de produção e de consumo. Com uma maior produção, o mercado tem de absorver essa demanda. Para isso, eles utilizam artifícios –como a publicidade, a mídia, o fenômeno atual dos shoppings centers, entre outros  – para estimular a venda de seu produto, terminando um ciclo de vendas e iniciando outro de produção.
Então, o cidadão consumidor foi o meio encontrado pelo capitalismo para que o
contingente de produção fosse absorvido. Logo, este se tornou o elo entre o novo ciclo da produção e o ciclo do consumo, gerando um só ciclo: o ciclo vicioso do mercado capitalista.
Contudo, o consumo exacerbado – característica do capitalismo atual – não existia no início das sociedades capitalistas. Para que esta se desenvolvesse e atingisse seu estado atual foi necessária a criação de um mito, o mito do bem-estar através do consumo.

 O mito do bem-estar através do consumo

Com a necessidade de fazer o mercado girar, e atingir níveis antes não imaginados, a sociedade capitalista criou o mito do consumo como algo bom e imprescindível para os cidadãos. Para isso, a capacidade aquisitiva se tornou um meio de classificar as pessoas, bem como a quantidade e a qualidade do que estas consomem.  V. 1 Nº 1, Setembro, 2010.                                                                                                                        
No momento em que o consumo se torna a base da divisão populacional, consumir tornou-se uma forma de prestígio social. Então, ao consumir algo pertencente a uma classe superior as pessoas sentiam-se felizes e incluídas na sociedade. Desse modo, foi criado o mito do consumo e a principal característica do capitalismo: a obsessão por este consumo.
Logo, a lógica capitalista de produção voltou-se para atender as supostas necessidades do consumidor e estimular suas necessidades artificiais para promover uma rotatividade e acumulação do capital investido. É importante perceber que o sistema capitalista de produção que supre as necessidades dos cidadãos é o mesmo que as cria. Através de métodos de competição entre os consumidores, da publicidade e do marketing, ele faz com que tenhamos o desejo de consumir cada vez mais produtos, muitas vezes supérfluos.
Com um aumento populacional, houve um aumento significativo no consumo,
principalmente nas últimas décadas.  Com a globalização, as empresas puderam se expandir, oferecendo mais produtos e ampliando o seu alcance. O aumento da estrutura capitalista facilitou as relações comerciais entre os países. Contudo, a base de sustentação do capitalismo, e de todas as relações nele envolvidas, continua a mesma: a rotatividade e a manutenção do mercado.



O ciclo vicioso do mercado

O capitalismo possui um ciclo rotativo. Ao consumirmos um produto estamos
exigindo que o produtor deste aumente sua demanda. Ao aumentarmos a demanda de
produção de determinada fábrica ou indústria estimulamos o surgimento de novos empregos, o aumento de salários, entre tantas outras conseqüências. Um maior número de trabalhadores com um salário melhor, que consequentemente se transformarão em consumidores, fazem com que o ciclo do consumo se inicie outra vez. (BUENO, 2008). Por isso, o surgimento do cidadão consumidor foi tão importante para a rotatividade do mercado, pois é ele quem a recomeça todas as vezes que esta se completa. Consequentemente, a renovação do mercado se tornou indispensável para que a economia se movimente e que os países se desenvolvam. O modelo da sociedade de consumo está tão enraizado na sociedade contemporânea que algumas pessoas chegam a afirmar que ele é irreversível.
Irreversível ou não, uma sociedade baseada no consumo possui uma grande instabilidade. A queda brusca do consumo pode fazer com que muitos países entrem em crise devido à alta demanda e pouca procura. Ao mesmo tempo, a alta procura pode fazer com que os níveis inflacionários de um país cresçam vertiginosamente, atingindo todos os setores da população. V. 1 Nº 1, Setembro, 2010.                                                                                                                        
Apesar de todas as falhas existentes no sistema capitalista, o ciclo vicioso do mercado é seu principal alicerce. Não é à toa que o capitalismo viu fracassar inúmeros modelos político-econômicos cuja base de rotatividade de seu mercado não fosse tão necessária e presente em todo o sistema. Portanto, a consolidação deste ciclo foi o último passo para que surgisse uma gigantesca sociedade baseada no consumo.

Considerações Finais    

Na realidade capitalista tornou-se imprescindível a existência de diversos setores
consumidores na população, visto que o cidadão consumidor é a principal característica da sociedade como um todo. Atualmente, a melhor maneira encontrada para “alimentar” esse mercado foi através da globalização. Através da globalização, conseguimos nos relacionar com pessoas do mundo inteiro e, ao mesmo tempo, consumir produtos do outro lado do planeta utilizando artifícios tão comuns nos dias de hoje como a internet.
Pelo cidadão consumidor, o mercado capitalista conseguiu expandir o seu alcance. Isso fez com que as relações mantidas para a manutenção do mercado  – o ciclo produção/mercado/consumo/produção... – se fortalecessem e que hoje se tornassem um ciclo vicioso sem meio, início e fim. Afinal, tudo faz parte do grande sistema capitalista em que vivemos e da sociedade contemporânea de consumo existente, onde o consumo e a produção são apenas uma pequena parte de todo o sistema.
Com o surgimento de principais alicerces, surgiu esse modelo de sociedade e todas as relações nela envolvidas. As discussões sobre suas conseqüências e a quem este tipo de sociedade beneficia já causaram muitas brigas. Entretanto, o fato mais importante a ser destacado, ao invés de classificar a sociedade como boa ou má, é a criação do cidadão consumidor. Mérito ou não das pessoas que o idealizaram, ele foi o principal ponto do surgimento do capitalismo e, por conseguinte, da sociedade de consumo e que perdura até os dias de hoje com uma relevância tão grande quanto possuía antigamente.V. 1 Nº 1, Setembro, 2010.     



                                                                                                                  
Referências
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<http://www.comciencia.br/comciencia/index.php?section=8&edicao=36&id=429>. Acesso
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FEATHERSTONE, Mike.  Cultura de consumo e pós-modernismo.  São Paulo: Studio
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<http://books.google.com.br/books?id=15__7hPkpIEC&printsec=frontcover&dq=Cultura+de
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LIMA, Gustavo F. da Costa. Consciência Ecológica: emergência, obstáculos e desafios.
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<http://www.cefetsp